27-05-08, 8h00 da manha… o Rui já estava acordado. Levantei me e fui tratar do meu ritual matinal. Desta vez o sol já ia alto mas fiz lhe a devida saudação “Suryanamaskar”. Enquanto o resto do pessoal ainda dormia, aproveitei para explorar mais um pouco aquele sitio e apreciar ainda melhor toda aquela beleza. Eu sentia uma necessidade incontrolável de sugar a energia que aquela serra emana… é tudo tão bonito e era o ultimo dia… Pouco depois comecei a arrumar a minha tenda pois tínhamos de levantar o acampamento cedo, enquanto aguardávamos pela chegadas de mais dois elementos para darmos uma vista de olhos nas minas.
Ponto alto da expedição, poder penetrar nas entranhas da serra e sentir o seu calor (ou frio depende do ponto de vista) foi bom demais. Conforme ia penetrando no seu interior o medo ou receio ia se dissipando. Muito rapidamente esqueci a agua e a lama no início da Mina, esqueci o cheiro a bolor, ignorei o toque viscoso das paredes e como sempre fiz, tentei sentir o que de melhor podia haver ali dentro. Comecei a sentir um prazer enorme por poder estar ali, por ser uma privilegiada; afinal depois de poder calcorrear aqueles montes todos agora podia também percorrer bem que só parcialmente, as entranha do Meu Gerês. Senti me segura, “incrível” mas senti me abraçada, enlaçada como se fosse um Romeu a proteger a sua Julieta e mesmo no silencio, conseguia ouvir o bater do seu coração, e mesma na escuridão consegui ver com clareza os traços do seu rosto e mesmo não estando presente consegui sentir o seu toque… ali eu senti me muito mas muito bem… Nem as derrocadas me amedrontavam, ali nada de ruim, nada de mal me podia acontecer… e mesmo acontecendo eu estaria feliz em paz…
Não podíamos ficar eternamente ali, Saímos e fomos explorar umas minas que ruíram mas ainda havia um pequeno orifício por onde entrar. Não podia perder mais uma oportunidade de entrar, e com algum jeito lá me arrestei para dentro da mina atrás de alguns corajosos. Vi pela primeira vez um filão de volfrâmio e o que era exactamente...
Um autêntico labirinto, um verdadeiro “queijo suíço”, cheio de buracos… um verdadeiro perigo a céu aberto, mas tudo o que exploramos foi sempre com muita segurança e cautela, a nenhum momento me senti ameaçada, bem pelo contrário.
Regressamos ao acampamento, comemos algo, arrumamos tudo, RECOLHEMOS O LIXO, e começamos a descer muito lentamente pois estávamos muito carregados.
Descida muito penosa como todos nos sabemos, mas teria voltado a repetir a experiencia a quantidade de vezes que fosse necessário… Estava a descer aquela Serra e a ser presenteada com o desabrochar das flores, ora com umas cor de rosa, ora com umas amarelas. Os pássaros acompanharam-nos com as suas melodias, os ribeiros saudavam-nos a cada passagem e as cascatas, a cada curva, nos convidavam para um regresso muito próximo.
Finalmente descia da Plenitude... mas já a pensar no regresso...