A alma pode ser chamada o centro da natureza, a intermediária de todas as coisas, a corrente do mundo, a essência de tudo, o nó e a união do mundo
sábado, 30 de junho de 2012
terça-feira, 26 de junho de 2012
16 e 17-06-12 Autonomia na Serra da Estrela - Covão D'Ametade
Cor de granito
ou cor de xisto
verde de prado
de mato ou de arvoredo
amarelo de centeio
a policromia
das flores silvestres
ou das folhas no Outono
azul de céu
branco de neve
cinza de bruma
ou translúcido de água
a claridade dos cimos
e o escuro dos covões
Cores de vida
tantas estrelas
quantas as estações
e afinal
uma só Estrela...
“Pedro C. Henriques”
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sexta-feira, 22 de junho de 2012
07 a 10-06-12 Picos Da Europa com o Vamos Ali - Terceiro e quarto dia!
Urriellu - Jou Sin Tierra - Jou Los Boches - Horcados Rojos - Cabana Veronica - El Cable - Fuente Dé - Arenas - Cangas de Onis - Covadonga - Lago Enol - Lago Ercina.
O Tempestade |
No dia seguinte, dia 09 de Junho acordei em plenos Picos ao lado
do homem que eu amo e que me ama, achei fantástico, soberbo, sublime a partilha
daquela minha felicidade. Levantamo-nos, tomamos o pequeno-almoço, umas fotos
dali e dacolá e cantamos os parabéns ao Tempestade que celebrava mais uma
primavera e desta vez em plena montanha… Esplêndido!!! Colocamos as mochilas
nas costas e fomos em direcção ao Jou Sin Tierra pela garganta com o mesmo
nome… Fui ficando para trás com o libelinha e com o Galga Montanha, as fotos
tomam-me muito tempo…lol. Estava radiante, caminhar com o Libelinha com quem
tanto sonhei e com o meu grande mestre o Galga montanhas com quem já havia
caminhado nos Picos também, era fabuloso… Fui apreciando a montanha, os meus
companheiros, fui conversando com ela, sentia protectora… Sentia que embora as
condições climatéricas não fossem as melhores, a montanha estava a receber-nos
de braços abertos, sentia que ali estávamos bem… Sentia uma presença estranha
como se alguém estivesse ali a aprovar e abençoar a nossa caminhada a nossa
presença… Como se naquele momento nós fizéssemos, todos nós parte de um todo em
harmonia… Entramos para o Jou de los Boches e claro a passar a Garganta o vento
levantou se, fez se sentir presente. Não receei, é normal em quase todas as
gargantas, correntes de ar que passam de um corredor para o outro, nada de
alarmante…
No Jou de los Boches, já conseguíamos ver os Horcados Rojos
que eu ambicionava passar já há alguns anos. As duas vezes que tentei, tive
de voltar para trás porque as correntes estavam submersas na neve. Embora um
casal amigo nosso, que esteve naquele sitio na semana anterior, nos
aconselhasse a ir pelos Los Urriellus, mais longo mas mais fácil. O Águia depois
de consultar o pessoal, resolvemos atacar os Horcados. As correntes estavam a
vista, só mesmo um neveiro da recta final poderia atrapalhar um pouco. Como estávamos
com pessoas minimamente experientes e tínhamos material para fazer a travessia,
lá fomos nós… Eu nem reclamei queria muito passar os Horcados, um sonho de
longa data. Lá começamos a nossa ascensão, uns atrás dos outros com as distâncias
mínimas de segurança…
Eu ia subindo entre o Tempestade (o meu eterno Cavalheiro das Montanhas) e o Libelinha (o homem por quem eu suspiro) ia pensando na quantidade de vezes que eu sonhei em caminhar, escalar com alguém com quem pudesse partilhar de uma forma especial estas emoções todas. Agradeci a montanha, sentia o seu sorriso de felicidade por mim e por ele, olhei para o Libelinha que se encontrava mais a baixo, dei-lhe o meu sorriso mais belo e as lágrimas inundaram o meu rosto… O Tempestade olhou para mim com um ar assustador, “tas bem miúda” diz ele… e eu ria e chorava em simultâneo… não foi fácil convencê-lo de que estava extremamente feliz… Que aquelas lágrimas era a expressão de uma felicidade extrema como se perguntasse a montanha se era realmente merecedora da tanta felicidade, e ela respondia-me que sim…
“Que os caminho mais árduos eram repletos de pedras, desníveis íngremes e de algum espírito de sacrifício, mas a recompensa quando se chega ao cimo é delirante e esplêndida” Eu estava finalmente no meu verdadeiro sentido de plenitude e o Libelinha estava ali comigo…. Esperei que ele chegasse até mim para o brindar com um beijo e um abraço… E continuamos.
Eu ia subindo entre o Tempestade (o meu eterno Cavalheiro das Montanhas) e o Libelinha (o homem por quem eu suspiro) ia pensando na quantidade de vezes que eu sonhei em caminhar, escalar com alguém com quem pudesse partilhar de uma forma especial estas emoções todas. Agradeci a montanha, sentia o seu sorriso de felicidade por mim e por ele, olhei para o Libelinha que se encontrava mais a baixo, dei-lhe o meu sorriso mais belo e as lágrimas inundaram o meu rosto… O Tempestade olhou para mim com um ar assustador, “tas bem miúda” diz ele… e eu ria e chorava em simultâneo… não foi fácil convencê-lo de que estava extremamente feliz… Que aquelas lágrimas era a expressão de uma felicidade extrema como se perguntasse a montanha se era realmente merecedora da tanta felicidade, e ela respondia-me que sim…
“Que os caminho mais árduos eram repletos de pedras, desníveis íngremes e de algum espírito de sacrifício, mas a recompensa quando se chega ao cimo é delirante e esplêndida” Eu estava finalmente no meu verdadeiro sentido de plenitude e o Libelinha estava ali comigo…. Esperei que ele chegasse até mim para o brindar com um beijo e um abraço… E continuamos.
Chegando ao neveiro, sem crampões (só alguns tinham), o águia
resolveu ir a frente e fazer uns socalcos na neve para que toda a gente
passasse em segurança… Nesse entretanto e como já é normal nessa pendentes, o
vente fez se sentir, e eu senti que estava na hora de começar a descer, quase
que como se a montanha nos dissesse, “meninos tem de começar a descer, não sou
má mas por favor respeitinho, sim!!!” E estávamos mesmo a começar a descida
para a cabana Verónica. Voltei a abraçar o José o guarda do refugio com o qual
tirei mais uma vez uma bela foto, muito bom revê-lo! Descemos até ao El Cable
sempre debaixo de uma chuva miudinha , tomamos algo de quente e fomos para o
Parque de campismo de Arenas de Cabral.
Como era o aniversário do Tempestade, fomos fazer compras e
resolvi brinda-lo com um belo dum coucous magrebino feito por mim pois sabíamos
que ele gosta muito. Já tinha tudo combinado com o Águia para trazer uma panela
bem grande para poder cozinhar para 10 montanheiros… Não faltou comida, bebida,
bom ambiente, boa disposição enfim uma actividade em grande. Mas antes de
nos recolhermos ainda fomos desgastar o nosso manjar numa bela passeata pelas
ruas de Arenas…
Na tenda enorme que eu tinha levado, conseguiram dormir 8
montanheiros, fantástico eu dormi que nem um anjinho ao lado do Libelinha, se alguém
ressonou ou roncou, sou sincera não ouvi nada.
No dia seguinte arrumamos, tomamos o nosso pequeno-almoço e
fomos fazer turismo para Cangas de Onis e Covadonga, lindíssimos.
Mas antes de regressar ainda fomos fazer uma pequena
caminhada de meia dúzia de quilómetros para os lagos de Covadonga, o Lago Enol
e o Lago Ercina.
Aí, despedimo-nos do Tempestade, o Barba de milho e a Soneca
que ficavam por mais dois dias e nós regressamos a Portugal encantados pelas
montanhas, felizes da vida e eu cada vez mais encantada com o Libelinha e pela
paixão comum que temos pelas montanhas, a vida e a Aventura….
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segunda-feira, 18 de junho de 2012
07 a 10-06-12 Picos Da Europa com o Vamos Ali - primeiro e segundo dia!
Fuente Dé - El Cable - Aliva - Llomba del Touro - Vegas del Toro de Sotres - Sotre - Pandébano - Refugio da Terenosa - Urriellu
Tudo começou com um livro jogado na mesa de minha cozinha.
Livro que o Libelinha me aconselhou a ler… Nunca desista dos seus sonhos.
“Uma
mente saudável deveria ser uma fábrica de Sonhos”
de Augusto Cury.
Ainda não comecei a ler mas o titulo fazia todo o sentido de
tudo o que me esta a acontecer… Durante a viagem até aos Picos fui pensando
algumas vezes nessa mente saudável que de certeza eu devia ter, afinal sempre
fui uma sonhadora romântica. Esta atividade tinha um gostinho especial, sentia
a realização de mais um sonho… Um grande sonho…
Partimos na quinta-feira de madrugada em direção a Fuente
Dé. Chegando lá, o Tempestade e o Barba de Milho já esperavam por nós. Beijos e
abraços e já estávamos todos reunidos os 10 magníficos desta atividade, o
Libelinha, o Nevão, o Aguia Real, o Galga Montanhas, O Rocas, a Liberdade, a
Soneca, o Tempestade, o Barba de milho e eu a White Angel.
O Nevão, a Soneca, a Liberdade e eu íamos fazer um percurso
diferentes dos nossos companheiros, nos primeiros dois dias, mas no final do
segundo já nos encontrávamos no mesmo refúgio, e assim foi nossos colegas foram
em direção ao Refugio do Jermoso e nós em direção ao Refugio de Aliva. Confesso
que ir para os Picos da Europa e ter de me separar do Libelinha quando sonhei
uma vida inteira com este momento, não foi fácil. Mas eu não podia, não tenho
esse direito de o impedir de voar tão alto quanto ele quer. Eu tinha de guiar
um grupo e ele aspirava ver muito mais e sentir emoções bem mais fascinantes do
que o percurso que eu ia fazer… E foi com um sentimento de encanto e alegria
por saber que ele ia delirar com as paisagens deslumbrantes que ele ia
encontrar pelo caminho, à mistura com um aperto no coração por não partilhar
essas mesmas emoções ao lado dele. Meu consolo foi que mesmo naquelas montanhas
eu senti a aprovação da mãe natureza, e eu sabia que era uma questão de tempo.
Os Picos também nos reservava dois dias
e meio juntos.
Subimos até ao El Cable pelo teleférico enquanto os nossos
companheiros seguiram a pé até ao Jermoso. Fomos caminhando lentamente sem
grandes pressas, tínhamos muito tempo até ao refúgio de Aliva, onde
descansamos, almoçamos e continuamos caminho… Descemos La Lomba del Touro
rodeados de paisagens paradisíacas e fomos caminhando ao longo do vale do Rio
Duje até Las Vegas del Toro de Sotre onde paramos para descansar e até houve
quem conseguisses fazer uma soneca enquanto outros retemperavam forças… Pensava
muitas vezes no Libelinha, como ele estava, o que ele estaria a sentir,
provavelmente estaria feliz e radiante perante aquelas montanhas. Só podia
estar, eu sentia que ele estava bem, quase que conseguia sentir o delírio dele,
quase que conseguia ouvir suas gargalhadas de felicidades e louvores a vida que
lhe estava a correr nas veias. Embora não estivesse junto a ele, sabia, sentia
que ele estava tão feliz quanto eu… Rapidamente, chegamos a Invernal do Texu
onde começamos a parte mais penosa para mim, subir pela estrada até Sotres com umas
botas semi-rígidas, quase que me davam cabo dos calcanhares. Instalamo-nos no albergue
de Peña Castil, tomamos um bom banho, comemos e bebemos um bom vinho, e fomos
nos deitar com o corpo maçado e cansado mas a alma mais leve do que nunca…
Antes de adormecer, ainda fiz um ultimo pedido, e pedi a minha alma que durante
meu sono voasse até meu amor e me deixasse dormir ao lado dele no seio de
nossas montanhas.
No dia seguinte acordei fresquinha, com uma vontade louca de
chegar ao Urriello e ir ao encontro de meus colegas, o Águia Real que estava a
guiar a atividade tinha-me dito por onde iriam chegar, podendo assim ir ao
encontro deles. Levantamo-nos todos, preparamos nossas coisas, tomamos um pequeno-almoço
fantástico e la fomos nós até a Invernal do Texu para depois seguir até Pandébano.
Fizemos a subida pelo trilho pedestre evitando assim o estradão, por entre uma
pequena floresta lindíssima. Em Pandébano reunimos todos e fomos até ao refúgio
de la Terenosa onde o Nevão se deliciou com um bom café e nós ficamos a
apreciar a paisagem saboreando uma peça de fruta ou mesmo um chocolate.
Continuamos a nossa ascensão até ao Urriellu cada um a seu ritmo e apreciando
as paisagens conforme elas nos iam surgindo… Pensei e recordei muitas vezes, as
vezes que por ali passei umas vezes só, outras vezes acompanhada. Recordei
aquela minha primeira vez em que parte do caminho, fiz sozinha porque o ritmo
de meus companheiros da altura era bem mais rápido do que o meu… Engraçado,
grande parte desses meus companheiros de há 4 anos atrás são os mesmos que se
encontravam ali. Tanta coisa que eu queria viver e partilhar com o Libelinha e
quanto mais eu pensava mais rápido queria la chegar, até parece que ganhava
força nas pernas para chegar mais rápido. Já quase a chegar ao Urriellu minhas
colegas já não aguentavam mais e queriam comer. Paramos bastante tempo para
comer e voltamos a meter pernas ao caminho. Como eu queria chegar ao Urriellu!!!
E finalmente, chegamos ao Urriellu, ainda era muito cedo.
Fiquei muito feliz quando soube que um grupo de montanheiros guiados pelo
Medronho, também estava lá. O Medronho também fazia parte desse grupo de
montanheiros com quem subi pela primeira vez ao Urriellu. Não descalcei as
botas, estava a fazer horas para poder ir até ao Diente de Urriellu mas o
nevoeiro apoderou-se daquela zona e envolveu aquele sítio num manto branco que não
conseguíamos ver um palmo a nossa frente. Impossível sair do refúgio, demasiado
arriscado mas eu queria tanto ir esperar por eles… Sentia-me confiante, embora
saiba que o nevoeiro é o inimigo numero um do montanheiro, tinha um “feeling”
que tudo estava a correr bem e que mais minuto, menos minuto iriam entrar pela porta
dentre, e foi quase assim. A Soneca que tinha ida a recepção e os viu, entrou
na sale das refeições e disse-me que eles tinham chegado. Fui logo ao encontro
deles, abracei longamente o Libelinha, tentei naquele abraço absorver todas as
energias que ele trazia de lá de cima e poder dessa forma partilhar o que não
pudemos partilhar pessoalmente… Recordo tão bem o brilho nos olhos dele… Em
poucos segundos apercebi-me que ele vinha maravilhado de la de cima, vinha
encantado quase que enfeitiçado pela montanha e gostei… Gostei de ver a
felicidade estampada no rosto dele… Gostei de ver o seu sorriso, gostei de ver
o quanto ele estava a vibrar com tantas emoções… Fiquei mesmo muito feliz por
ter finalmente encontrado alguém como ele e soube naquele momento que eu teria
de o apoiar e incentivar a seguir sempre seus sonhos e seu gosto pela vida e
pela aventura… Soube naquele momento que voltaria a separar-me dele por mais
doloroso que fosse para depois voltar a ler nos seus olhos, os versos mais
belos sobre a felicidade, o encanto… e o êxtase que se sente perante o deslumbramento
da montanha.
Matamos saudades uns dos outros, relatamos as peripécias de
uns e dos outros. Como correram as coisas etc etc etc… Jantamos e fomos nos
recolher. Adormeci nos braços do Libelinha como tantas vezes havia sonhado, num
refúgio, no meio de estranhos e conhecidos, todos movidos pela mesma paixão e
desta vez sentia-me duplamente protegida, duplamente amada, duplamente
abençoada…
segunda-feira, 4 de junho de 2012
26-05-12 Pitões das Junias - Juriz - Castelo - Mata do Beredo -Rebolões - Pitões
O novo amanhecer...
Feridas silenciem-se e tristeza acalma-te.
O tempo do pranto e da loucura terminou.
O sol da manha esgueirou-se por trás dos picos montanhosos…
No vale da sujidade, enterrei dor….
E derramei lagrimas aos ventos do vazio….
E transformei a vida num instrumento musical.
Nele eu canto, na cumplicidade do tempo...
Derreti mágoa na beleza da existência….
Moldei o coração num oásis de canções,
Em luz e sombra, em fragrância e rosas,
Em amor e juventude, em esperança e compaixão…
Feridas silenciem-se e tristeza acalma-te.
O tempo do pranto e da loucura terminou.
O sol da manha esgueirou-se por trás dos picos montanhosos…
No interior do meu grande coração, um templo a beleza…
Vida construída por sonhos e imaginação…
Então humildemente recitei as orações,
Queimei o incenso, e acendi as velas.
A magia da vida é eterna e nunca morre,
Então porque lamentar a escuridão que se desvaneceria?
A manha vem, e as estações passam…
A primavera vira, quando outra cessa…
Feridas silenciem-se e tristeza acalma-te.
O tempo do pranto e da loucura terminou.
O sol da manha esgueirou-se por trás dos picos montanhosos…
Por trás da escuridão e do som da agua,
A primavera da vida e a manha convidaram-me…
Que belo apelo! O seu eco abalou o meu coração!
Não tenho porque ficar no topo dessas montanhas…
"Abu al-Qasim al-Shabi"
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sexta-feira, 1 de junho de 2012
01-06-2012 Dia Mundia da Criança
E para sinalizar este dia aqui vai algumas fotos de nossos
grandes/pequenos Montanhistas…
Um feliz dia da Criança para todos..:)
"De todos os presentes da
natureza para a raça humana, o que é mais doce para o homem do que as crianças?"
(Ernest Hemingway)
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