sábado, 27 de dezembro de 2008

26-12-08 S.Bentinho da Porta Aberta - N.Sra. Da Abadia

26 De Dezembro de 2008 hoje tive o privilégio de conviver de perto com o sentimento mais nobre que existe. Hoje estou feliz porque afinal ainda há esperança, o ser humano ainda ama, ainda partilha, ainda anda de mão dada, ajudando, acarinhando, mimando… amando… Hoje tive o privilégio de ver pessoas que se amam partilharem a mesma alegria, deliciarem-se a verem a mesma paisagem, olharam um para o outro e não dizerem nada porque o olhar dizia tudo…
Hoje vi o Furreta a ajudar a Sementinha a subir a parte mais íngreme da caminhada para ela não desistir, vi a Boémia e o Arafat da Abadia a descerem um monte de mãos dadas, se um caísse o outro estava lá para amparar. Hoje vi Junia a acompanhar o Pitões para este não repetir o trilho, hoje vi o Medronho a estender a mão para a Salta-Pocinhas atravessar um riacho, vi a quantidade de fotos que ele lhe tirou… lindas fotos… Hoje vi a semente sagrada a desabrochar e a florescer, exibindo todo o seu esplendor… Bela Caminhada… Nobre Caminhada.

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quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

25-12-08 Súplica - Miguel Torga


Agora que o silêncio é um mar sem ondas,

E que nele posso navegar sem rumo,

Não respondas às urgentes perguntas que te fiz.

Deixa-me ser feliz Assim,

Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.

Só soubemos sofrer, ...

Mas o tempo passou,

Há calmaria...

Não perturbes a paz que me foi dada...



Ouvir de novo tua voz seria matar a sede com agua salgada...

domingo, 21 de dezembro de 2008

20-12-08 Alto da Cabreira

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Segue a tua alma nao a tua mente....

A tua alma que segue a tua verdade e nao a tua mente que salta sobre as aparências….

terça-feira, 25 de novembro de 2008

23-11-08 Fafião - Pradolã - Cabana e Sesta da Amarela- Lagarinho - Matança - Fafião

23-11-08 Sesta Da Amarela
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O Gerês tem dessas coisas que a vida também tem... Passamos vezes sem conta por um local, um monumento ou uma pessoa... e "obcecados" pelos nossos objectivos muitas vezes materialistas e égocentristas, simplesmente ficamos cegos e não nos apercebemos das maravilhas que estavam ali o tempo todo a nosso lado... Faço questão sim... de salientar, de procurar e até evidenciar cada pormenor, cada recanto por mais singelo que seja... Pois só valorizando o pequeno é que temos noção da sua grandiosidade...

domingo, 16 de novembro de 2008

16-11-08 Arado - Malhadonça - Bicos Alto - Pradolã - Coucão - Meda da Rocalva - Roca Negra - Arrocela e Arado


Há 15 dias atrás deparei com uns cenários dos quais me recordarei durante muito tempo. Presenciei um pôr-do-sol dos mais lindos que vi até hoje, daqueles que gente vê e houve o seu apelo… o sol deitava-se por de trás do Coucão, no prado de Iteiro de Ovos, e eu tinha de ir lá, tinha de ir ao seu encontro. Um apelo incontrolável sem explicação mas tinha de ir lá custe o que custasse.
Hoje de 16 de Novembro resolvi por pernas ao caminho. Bem cedo levantei para ter tempo de fazer e a acabar a volta ainda de dia. Comecei no Arado e fui em direcção a Malhadonça, passei a Ponte de servas e o Cutelo das Pias e a Roca Negra espreitavam lá de cima, acenavam com um ar sedutor e eu claro fui me deixando seduzir conforme ia subindo. Passei a Casa de Pinhô e comecei a subir os Bicos Altos sem pressas, saboreando cada passo que dava, apreciando cada paisagem e claro esbanjando charme, entrando num jogo de sedução entre mim e a serra de minha paixão… Cheguei a Pradolã tirei algumas fotos, poucas, já não tinha quase bateria nenhuma na máquina. Lembrei me dos conselhos dos meus companheiros e parei para assimilar aquele momento, aquelas paisagens mas não podia me demorar, ele estava a minha espera e eu não sabia o tempo que ia levar até lá chegar. Continuei caminho, cruzei me com uns montanheiros de Lisboa a quem dei algumas orientações.
Passei o Estreito e já estava quase a chegar…Cheguei o Prado de Iteiro de Ovos é um prado encantador, lindíssimos, muito pequenino e naquele dia tinha vestido o traje mais sedutor, o mais quente… tinha vestido as cores do Outono. Sentei me junto a pequena cabana e fui meditando sobre a razão de eu estar ali, sobre a minha procura incansável. Fui conversando e pouco a pouco fui me declarando, ouvi passivamente a sua dor causada pela minha ausência… confidenciei lhe baixinho que essa dor é recíproca e que a minha procura incansável do prazer, me conduzia todas as semanas aquela serra…. Senti suavidade no seu toque, ouvi sinfonias na sua voz, senti o seu calor desabrochar da terra… Olhei par o Coucão, demasiado sedutor para lhe resistir, ouvi seu chamamento e eis que estou aqui. Acariciei-o com o olhar, cada rochedo, cada pedra, cada pedaço de mato na expectativa de encontrar a melhor maneira de chegar a ele… e não é que no cimo de uns rochedos, umas pequenas mariolas acenavam, indicando o trilho, o caminho para chegar até ele… Depois de o namorar, depois de o seduzir e me deixar seduzir, entreguei me a luxúria e ao prazer. E de uma forma desenfreada comecei a subir e a subir sempre mais até chegar a um topo, uma parede de rochas e já não conseguia avançar mais em segurança, não podia esquecer que estava sozinha e ninguém para me socorrer se acontecesse alguma coisa… Lindooo Bom demais… Espectacular a paisagem vista dali, naquele preciso momento entendi o porquê daquele caminho tão longo, o porquê daquele reencontro.  Mas um dia terei de voltar e chegar ao topo mesmo...
Caminhei em direcção ao Prado da Rocalva, passei mesmo pela lateral da Meda da Rocalva e lá estava a meus pés o Prado. Encontrei-me com uns colegas que já tinha guiado, grande festa que me fizeram… muito bom se sentir acarinhada e querida… Almoçamos, saboreamos aqueles momentos e seguimos caminho, eles em direcção ao Rio Conho e eu a Roca Negra.
Subi a Roca Negra e mais uma vez umas pequenas mariolas foram me desencaminhando, alterando assim o percurso que tencionava fazer. Não estava muito preocupada ainda tinha muita luz solar pela frente, a nenhum momento perdi os meus pontos de referencia, e conforme ia caminhando a beleza que os meus olhos alcançava era cada vez mais soberba… O vale do Rio Conho visto dali de cima era fantástico e a Vale da Teixeira do meu lado direito era magnifico. Caminhei longamente sobre aquele bloco granítico passando de pico em pico, lembrando e recordando as conversas dos meus companheiros de montanha e de alguma forma, todos eles estiveram presentes… pena foi mesmo não ter partilhado daquela plenitude… Outros dias virão.
Quando cheguei ao topo da Corga da Giesteira voltei a cruzar me com os colegas da Rocalva.
Aí continuamos juntos, subimos ao Alto de Arrocela, espectacular ver aquela cabaninha no meio da Corga que mais parecia a querer engolir…e descemos até ao Arado pela Mata da Malhadonça.
Um dia volto.



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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Transparência...


Passo por ti e nao me vês
Tocas me e não me sentes.
Falo te e não me ouves
Não me vês? Mesmo…

Não...
Transparência é meu nome…



Será que sabes que esta busca incasável só tem um propósito…

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

05-10-08 Abelheira - Biduiça - Lamelas - Nevosa - Garganta das Negras - Biduiça - Abelheira com o UPB



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Dia 05-10-08 mais uma vez a serra chamou por mim, e mas mais uma vez também 10 companheiros/montanheiros ouviram o seu chamamento e com aquele entusiasmo que nos caracteriza, lá fomos nos.
Iniciamos o nosso percurso subindo a Corga da Abelheira e como sempre o Gerês recebia-nos de braços bem abertos, neste caso de corga bem aberta. Chegando ao topo fomos recebidos pelos Cornos de Candelas que graciosamente se erguiam, nos saudaram e nos envolveram nos seus braços. Naquele momento que para mim é mágico, acho que todos nos sentimos entrando e nos fundindo na serra, estávamos no seu coração dentro do seu peito. Avistamos alguns picos conhecidos, fui dando algumas dicas tentando entusiasmar ainda mais os meus companheiros. Continuamos até ao curral da Biduiça e descansamos só um pouco. Lentamente com todo a tempo do mundo andamos ao longo do ribeiro com o mesmo nome, passando por um trilho de pastor que já há muito que não é utilizado mas ainda bem visível.
De vez em quando lá íamos esperando pelos mais lentos ou os menos preparados mas o objectivo era chegarmos todos a bom porto. E, até a nossa Nogueira que quando mete o turbo ninguém a para, até ela teve a sensatez de esperar. É que neste tipo de actividade o lema é “um por todos e todos por um”, foi muito bonito ver esta característica no grupo.
Passamos a Corga de Lamelas e logo a seguir numa das corgas fomos subindo lentamente procurando trilhos feitos pela água, evitando grandes desníveis e aproveitando quase sempre as mesmas altitudes para não cansar muito. Aí avistamos ao longe os Currais das Negras, o alto da Matança, o Alto do Castanheiro e Claro a inconfundível Lamalonga. Vimos numas escarpas um grupo de cerca de 10 cabras selvagens, lindas a correr pelo monte como se nada fosse. Na recta final não houve muitas alternativas a subida foi um pouco puxada mas não muito eu conhecia bem o local e sabia que por detrás daquele morro havia um pequeno planalto e depois o famoso Pico da Nevosa … Grande parte do Grupo subiu o pico pelo flanco sul… eu, a Tilia e o Cabril usamos a sensatez… em cada montanha, serra ou pico/cume existe sempre uma frecha pela qual a montanha pode ser vencida, sempre com delicadeza… é que o seguro morreu de velho e eu conhecia aquela frecha. Subimos pelo flanco norte sem esforço, sem cansaço e sem por em risco o sucesso da caminhada. Chegando lá encima os meus companheiros estavam eufóricos e eu também… Estávamos todos lá encima, chegamos todos e até o “Mato” que sofre de vertigens subiu e eternizou o momento com uma bela fotografia do grupo. Almoçamos e apreciamos a beleza das paisagens com as quais fomos brindados o tempo todo. Depois de um bom descanso descemos até a Garganta das Negras, seguimos pela Corga das Negras acompanhados pelo ribeiro com o mesmo nome e ai tudo parou… ESPECTACULO nunca vi/vimos coisa igual, um grupo de Corços enorme uns 20 ou 30 eles apareciam no cimo das escarpas e desafiavam a lei da gravidade com uma facilidade incrível. Ai sim fiquei ainda mais feliz por ter partilhado aquele momento com os meus companheiros. Todos estavam maravilhados com aquela quantidade de corços. Nos entravamos na Corga e eles lentamente seguiam nos de longe, olhando para nós, como se soubessem que éramos pessoas de paz, que não precisavam de fugir e estavam a zelar pela nossa caminhada… afinal nos amamos aquela serra tanto quanto eles. E eles sentiram isso…

Chegando aos currais das Negras descansamos mais um pouco, é que aqueles mantos verdes convidam mesmo ao repouso e nos merecíamos… Continuamos entrando mais uma vez no lindíssimo Vale da Biduiça. Nesta altura do dia o Jogo de sombras que a montanhas nos proporciona é mesmo magico, é que cada paisagem muda de cenário a cada movimento do sol e temos uma outra percepção das montanhas. E nesta altura que eu mais me identifico com a serra quando a Serra, a Lua e Sol tentam fundir-se…
Chagamos ao último prado, o da Biduiça e antes de entramos na Corga da Abalheira, resolvi presentear os meus companheiros com algumas técnicas e Yôga. Pranayama, técnicas de respiração para se aquietarem e encontrarem muito rapidamente paz interior e Yoganidra, técnicas de relaxamento com indução vocal. O Yôga tem uma vertente naturalista, praticar no meio da serra em que as energias são do melhor que há… é FABULOSO e eu acho que toda a gente sentiu isso. E como somos todos filhos de Deus, acabamos com uma pequena massagem de Reflexologia aos pés… afinal eles também MERECEM… bom demais….Calçamos as botas e regressamos ao carro onde nos esperava um bolo maravilhoso de Laranja que um Caloiro trouxe (bolo, sumos, bejecas enfim um verdadeiro festim)
Para alem das muitas emoções sentidas nesta caminhadas, para mim é sempre fantástico partilhar a serra com as minhas queridas Nogueira e Tilia que vibram tanto quanto eu. Partilhar os cheiros da serra com a discreta Primavera e ver o seu príncipe Louro, envolve lá de delicadezas. Partilhar a alegria e as gargalhadas do Mato,,, que agora também nos trouxe a boa disposição do seu mano o Maracujá… vai ser uma alegria caminhar contigo…e claro sem esquecer o nosso “Coura” que tem uma imaginação fantástica… que trio aqueles… Partilhar os trilhos do Bicho-do-mato que acho eu encontrou aqui um dos rumos que ele procurava. Partilhar os desafios do Rocas que quer sempre mais e mais e finalmente partilhar a serra que viu crescer o Cabril natural da freguesia com o mesmo nome e que não escapou a minha analise… é que este senhor manuseava o cajado como só os PASTORES manuseiam… é que filho de peixe sabe nadar…

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

20-09-08 Limpeza nos Carris





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Dia 20 de Setembro de 2008, hoje a caminhada ia ser diferente, hoje ia limpar a serra que me acolhe todas as semanas. Saímos muito cedo de Guimarães, eu mais 3 colegas, amantes da natureza e sobre tudo do Gerês.
Chegamos a Portela Do Homem cerca das 8h15. Alguns elementos já tinham iniciado a caminhada mas o Rui ainda esperava por nos e muitos mais que se foram juntando mas sem se conhecerem. Estranho em 2 tempos passamos a conhecer toda a gente. No caminho fomos passando uns pelos outro, fomos nos conhecendo e conversando. Paramos a meio do caminho para repor energias e continuamos o Nézinho até ali tinha ligado o turbo, foi preciso por travão para ele abrandar. Chegando aos Carris encontrei o Antoni e a namorada que também caminhavam com o grupinho deles. O tempo de trocar impressões e chegou o resto do pessoal, quase só pastores e residentes de Vilar da Veiga.
Paramos para almoçar mas mais parecia um festim do que um almoço na Serra. É que aquela gente alimenta se muito bem. Não faltava nada nem o vinho, nem os petiscos, o queijo, o presunto, as meloas e o café que o Paulo trouxe, veio mesmo a calhar.
Depois de bem comer e beber… toca a trabalhar toda a gente arregaçou as mangas e apanhou tudo quanto lixo havia… quilos, mesmo incrível a quantidade de lixo que a gente encontrou… Por vezes acho que para muita gente caminhar na serra é uma moda… Não é não. Caminhar na serra é acima de tudo “AMOR” e “PAIXAO” com todo o carinho e respeito que a senhora Serra merece.
Antes de regressar ainda acabamos o resto do lanche, pois não podíamos descer muito carregados… e tínhamos de carregar o lixo. Ai começou a parte mais difícil… o REGRESSO. Não queria, palavra que não queria regressar, queria ficar lá encima. Queria que o tempo parasse. Conforme ia descendo, algo me dizia para ficar, para não descer, lá encima está-se tão bem. Senti varias vezes o toque da brisa no meus lábios… sabor doce e por vezes amargo. Senti o vente a envolver me nos seus braço e agradecer o que tinha acabado de fazer. A serra sentia se leve e eu senti me amada, querida e desejada. Mas o caminho que se fazia longo até chegar ao cimo, de repente fez se tão curto e chegamos demasiado rápido a Ponte. Ainda esperamos algum tempo pelos outros mas o tempo fazia se tarde para os meus colegas e tivemos de regressar a Guimarães… Viagem toda fiquei ali quietinha a saborear e assimilar tudo o que senti e vivi naquele dia… há dias assim que nunca deveriam acabar.

Conheci o Filipe de Vilar da Veiga que sente a serra como se fosse casa dele. Conheci o Tò e o Litos ambos de Riba de Ave que pouco conhecem do Gerês mas já viram a serra de um ângulo que pouca gente viu. Conheci o Rui de Braga com quem ja caminhei tambem e cruzei na serra. Conheci o Clemente… ah!!!!! O “malandro” do Clemente, quem disse que pastor leva uma vida triste??? Ninguém triste tem o sorriso daquele Homem.
Quero agradecer especialmente aos meus colegas de Guimarães que abdicaram de uma caminhada que eles tinham planeado, para ir limpar os Carris… é de louvar… Um bem-haja a todos vos que merecem a minha admiração e o meu respeito…

domingo, 14 de setembro de 2008

Divina Música!

Filha da Alma e do Amor.
Cálice da amargura e do Amor.
Sonho do coração humano, fruto da tristeza.
Flor da alegria, fragrância e desabrochar dos sentimentos.
Linguagem dos amantes, confidenciadora de segredos.
Mãe das lágrimas do amor oculto.
Inspiradora de poetas, de compositores e dos grandes realizadores.
Unidade de pensamento dentro dos fragmentos das palavras.
Criadora do amor que se origina da beleza.
Vinho do coração que exulta num mundo de sonhos.
Encorajadora dos guerreiros, fortalecedora das almas.
Oceano de perdão e mar de ternura.
Ó música.
Em tuas profundezas depositamos nossos corações e almas.
Tu nos ensinaste a ver com os ouvidos e a ouvir com os corações.

Gibran Kahlil Gibran

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

07-09-08 Fafião - Alto de Palma - Fafião com UPB



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Dia 07 de Setembro minha estreia como guia do UPB, ia finalmente poder partilhar aquilo que eu mais gosto com pessoas que partilham da mesma paixão, pessoas de alma leve, pessoas que de alguma forma iriam apreciar e ver com os seus próprios olhos o que de mais belo há no Gerês.
Depois de me encontrar com a minha querida Nogueira nas Cerdeirinhas, seguimos as duas para Fafião. Chegando lá fomos recebidas com o sorriso simpático e ternurento da Dna. Zeza que nos informou de um caminheiro que seguia a nossa frente.
De seguida chegou o Grande Chefe Medronho e o Bicho do Mato mais tarde chegaram o Coura e o sorriso mais franco que conheço a Tília.
Começamos a caminhada na hora certa quando toda a gente estava pronta, sem stress. Subimos até a Roca das Cabreiras ou Cabriteiras como lhe chamam os pastores e no topo, na nossa esquerda começamos o trilho de pé posto. Trilho muito parecido aos trilhos “Incas” quase sempre na mesma altitude, foi assim até ao Porto de Lage. No caminho a Nogueira mais parecia um Cabritinha de pedra em pedra, de rocha em rocha. O grande chefe Medronho deliciava-se com a beleza do trilho e com as silhuetas das montanhas que mudavam consoante íamos avançando. A Tília e o Coura recordavam a todos os instantes uma das investidas que fizeram naquela zona. E o nosso mais recente companheiro, o Bicho do Mato não largava a máquina fotográfica, fotografando tudo e todos como se aquelas paisagens fossem desaparecer e tínhamos de as imortalizar naquela momento… Meu querido vai lá quantas vezes quiseres, elas estarão sempre lá. Esperando passivamente pelo nosso regresso e de todas as vezes seremos recebidos de braços ou de corgas bem abertos…

Chegamos ao Porto de Lage num tempo recorde para caminheiros (2h00, para um pastor 1h30). Descansamos um pouquito, comemos algo e continuamos até as Portas do Abelheiro onde almoçamos e encontramos o Tronco que se junto aos Botistas e passou a ser o nosso caloiro achado no meio da serra. Recarregamos as baterias e trocamos algumas impressões com o novo caminheiro. O tempo estava a nosso favor lindíssimo mas confesso que até ai ainda não tinha sentido a bênção de S. Pedro. Mas ele não se fez rogar, ao atravessar o rio da Piguarreira numa fracção de segundos fui abençoada e baptizada… é que para alem da mão de S. Pedro nesta caminhada também tivemos a mão de S. João Batista.
Começamos então a nossa ascensão. Sentia me radiante de todas as vezes que via o prazer estampado no rosto dos meus companheiros, tudo era lindo… Poder ver o brilho nos olhos da Tília, de todas as vezes que ela olhava e via com os seus próprios olhos a famosa terra de “fadas e duendes” que ela tão bem descreveu. Terra de sonhos com os olhos bem abertos… Bom demais… sensação fantástica, esplêndida, maravilhosa mesmo… Cruzamos com um pastor já quase a chegar ao Alto de Palma, mais uma palavrinha, é sempre bom conversar e subimos até ao alto. Ali a sensação de liberdade é fora de série. Nogueira como eu te entendo… o cenário que se apresentou a nossa frente é de cortar a respiração, é magnifico… as Barragens da Caniçada, Salamonde e Vendas novas estavam aos nossos pés e as aldeias de Pincães e Cabril acenavam como quem diz “ estamos aqui”… Nas nossas costa o Gerês: O Alto de Ovos, as Sombrosa, Arrocela, Cidadelhe, Borrageiro 2, Alto do Castanheiro e até o Fojo de Alcântara erguiam-se graciosamente, mais parecia que se levantavam para nos aplaudir ou para nos dar as boas vindas. Afinal aquele esforço foi bem merecido. Ficamos ali um bom tempinho a lanchar e apreciar a paisagem. Memorizei e registei cada momento cada gesto, cada sorriso, cada expressão de bem-estar que eu e os meus companheiros emanávamos. O estado de êxtase estava estampado nos nossos rostos. E dou graças a Deus, a Vida e as Montanhas por me proporcionarem momentos como estes…
Começamos a parte mais dolorosa, a descida... Para alguns dolorosa porque os joelhos iam se ressentir para outros porque estávamos a chegar perto do fim da caminhada. Iniciamos a descida sempre pelo peitinho (expressão utilizada pelos pastores)
do Alto de Palma a nossa esquerda estava a Corga do Gavião e no nosso lado direito o Rio de Escalheiro. Passamos pelo Cachadoiro e descemos até ao cimo da famosa cascata de Pincães. Passamos a Ponte sobre o Rio com o mesmo nome e continuamos. A Tília, a Nogueira, o Tronco e eu ainda paramos para apreciar o Vale das Traves, lindíssimo, muito verde. Até que chegamos na nossa recta final e entramos num pinhal mesmo por baixo da Roca do Touro onde paramos para nos refrescar.

Chegamos a Fafião eram 18h20 na hora que eu tinha previsto chegar. Chegamos sãos e salvos com mais um dever cumprido. Descansamos no Bar da Dna. Zeza onde convivemos só mais um pouquinho antes de regressarmos a casa.

Quero agradecer ao Medronho pela oportunidade que ele me deu de poder partilhar um pouco de mim e claro Chefe podes sempre contar comigo para Guiar o UPB é só dizer e o prazer será todo meu. Quero agradecer a Nogueira pelo carinho que será eternamente reconhecido, a Tília pela simpatia e alegria de viver que a serra tanto gosta.
Quero agradecer ao Bicho do Mato pela serenidade e paz de espírito que ele consegue transmitir, muito bom isso, ao Coura pela boa disposição e sobretudo pelas promessas que ele fez… e claro a companhia discreta mas muito apreciada do nosso caloiro, o Tronco. Para mim foi um privilégio ter caminhado na vossa companhia.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Fafião - Porto de Lage - Alto De Palma - Pincães - Fafião


27-07-08 Mais uma vez a vontade de estar em contacto com a serra, falou mais alto. A vontade de perder tempo na cama já não me desperta, e desta vez eram 7h00 da manhã quando sai de casa.
Tomei um bom pequeno-almoço e muito calmamente fui em direcção à serra na qual todos os fins de semana me reencontro. Pensei vezes sem conta em todas as dicas que me tinham dado, pois era um trilho que eu não conhecia mesmo mas como sempre estava muito confiante…
Cheguei a Fafião bem cedo ainda fiquei cerca de uma hora no bar da Dna. Zeza a tomar um cafezito e iniciar o meu “tête-à-tête” com a serra de minha paixão.
Resolvi por pernas ao caminho quando começaram a chegar pessoas, provavelmente para a prática de pedestrianismo também. Fui até Porto de Lage e a meio do caminho pela primeira vez ouvi lobos a uivar …. Medo??? Não, não tive. Algures algo me dizia que eles sabiam que sou pessoa de paz e a minha ida aquela serra é muito pacífica e movida por uma paixão muito grande. O caminho todo, a cada pedra calcada, a cada corga contornada e a cada lugar marcante estavas lá… esplêndido…

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Porto de Lage… Descansei e partilhei o meu espaço (o de costume) com uma vaquinha. Após um descanso bem merecido, resolvi continuar a minha caminhada que acreditem de solitária nada tinha, o tempo todo senti a sua presença…
Tinha alguns pontos de referencia para o percurso que tinha planeado fazer mas logo logo muito discreto, quase imperceptível consegui ver umas sombras nas montanhas deixando evidenciar um trilho muito tímido. Ali perto havia uma fonte na qual resolvi abastecer a minha bolsa de água. Iniciei ali a minha verdadeira ascensão. A cada passo que dava a paisagem tornava-se cada vez mais bela, mais grandiosa, esplêndida sem palavras mesmo. Mas o espectáculo só se deparou mesmo a minha frente quando cheguei ao Alto de Palma. Simplesmente divinal… nas minhas costas o Gerês tinha se rendida como sempre ao meu encanto e eu ao dele. O Vale da Corga de Valongo visto daquele ângulo e soberbo. As Sombrosas do lado esquerdo, Arrocela e Sobreiral do lado direito, erguiam-se graciosamente como se de um ultimo apelo se trata-se…Terra de fadas e duendes, terra de sonhos com olhos bem abertos. Eu sentia que o meu lugar era ali… Ali tudo é perfeito, harmonioso… ali o meu sentir é genuíno… ali fecho os olhos e deixo me ir pelos trilhos do prazer…
Na minha frente, a serra da Cabreira, as Barragens de Vendas Novas e Salamonde até a pequena aldeia de Pincães estavam aos meus pés. Que sensação boa… por breves instantes os meus olhos ficaram vidrados e as lágrimas quase saltavam tanto era a emoção, tanto era o prazer, tanto era o bem-estar. Senti me abraçada, acarinhada até querida pela serra que tanto amo…

Comecei lentamente a descer em direcção a Pincães seguindo cursos de água e algumas mariolas muitos tímidas mas que de vez em quando lá iam espreitando, dando ar de sua graça e dizendo “hei!!! Estou aqui!!!. Perto do Cachadoiro encontrei um pastor que acompanhei durante uns 45 minutos, até ao cimo da Cascata de Pincães. Gente simples, gente boa, gente sábia…
Continuei em direcção a Roca do Touro seguindo religiosamente as instruções dadas pelo pastor. Muito rapidamente encontrei o estradão que me levou de volta a Fafião por entre um Pinhal muito fresquinho. Cheguei cedo a aldeia, umas 17h00 onde estive no bar da aldeia a conversar com os residentes, ouvindo as suas peripécias e assimilando os seus ensinamentos. O dever mais uma vez estava cumprido, sensação de bem-estar muito prazerosa….

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

10-08-08 Fafião / Bicos Altos - Pradolã - Amarela - Lagarinho - Pousada


Jorge,

Os meus olhos vem maravilhados,
A minha alma vem saciada,
E eu... cada vez mais apaixonada por aquela serra.

Tens mais do que razão aquela zona é lindissima. Os Picos, Cumes, Corgas e vales tem um encanto incrivél vistos daquele alto. O "solo" lunar tambem ele incrivel... as sensações e emoções vividas, vão ser muito dificieis de transcrever... só sentindo mesmo... mas vou tentar.
E como sempre não houve dificuldade nenhuma em encontrar os trilhos... dá a sensação que sempre conheci e vivi naquela serra...

domingo, 27 de julho de 2008

27-07-08 Fafião -Porto de Lage- Portas do Abelheiro- Alto de Palma- Cachadoiro- Pincães- Roca do Touro- Fafião

27 27-07-08 Fafão - Alto de Palma

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Jorge as tuas dicas foram valiosas e preciosas... Ou tenho faro ou a alma é mesmo de montanheira (montanhista)... Descobri a primeira nao houve dificuldade nenhuma em encontrar o trilho mas que ele esta bem disfarçado, ah isso esta!!! ( não é para qualquer um )

quinta-feira, 24 de julho de 2008

A cobardia do anonimato....

Recebi há um dia atrás um comentário de um cibernauta a dizer que de facto escrevo textos muito bonito “mas que até dói só de ver tantos erros “.

Pois bem aceito qualquer critica que seja negativa ou positiva…. Só não aceito criticas formuladas e escondidas por detrás de uma palavra que diz “ANONIMO”… Para mim, isso é cobardia. Cometo erros SIM, mas dou a cara e assino por baixo…

Também gostaria de dizer para quem não me conhece que a minha primeira língua não é o Português. Portugal é o pais que eu escolhi para viver e quanto à língua portuguesa aprendi a falar e escrever já na fase adulta e por mérito próprio, nunca ninguém me ensinou. Não estou aqui a querer justificar me mas simplesmente apelar a vossa compreensão e tolerância. Pois existem milhares de portugueses que frequentaram o ensino português e cometem muitos mais erros.

Quero deixar aqui o meu pedido de desculpas para “os olhos sensíveis” que eu tanto feri… não é essa a minha intenção.
E quero agradecer do fundo do coração as ALMAS SENSIVEIS, pois essas entenderam a essência do meu blogue.