segunda-feira, 31 de março de 2008

30-03-08 Trilho de D. Quichote... No Pinhal de Turio 16 km


30-03-08 Trilho de D. Quichote


Clicar na foto para ver o album


Naquele dia de Domingo, com chuva, saraiva, frio e calor, recebeste-me mais uma vez de braços abertos e mais uma vez me possuíste. Ali, sobre as rochas plantadas, recobertas de esperança verde, abençoados pelos Deuses e sob o olhar cândido e silencioso dos imponentes cedros. Vieste assim sem avisar, agitado, branco como se de um vinho tonto espumante se trata-se. Envolveste minha alma, meu ser com esse manto branco, frio, gelado…e provaste o elexir do prazer…
Festejamos juntos o nosso reencontro semanal, e logo logo, sem demoras, te rendeste ao meu encanto, sentiste meu calor… e o frio dissipou-se…
Estavas tão distante “Serra da minha paixão”. Mas fez-se luz e nosso olhar toucou-se e o longe fez-se perto.
Vislumbrei então tuas silhuetas, acariciei teus contornos, ouvi teus gritos de dor causados pela distancia…Mas no limiar do prazer mais uma vez estávamos juntos, em harmonia, em sintonia… em Paz…






domingo, 23 de março de 2008

20 e 21-03-08 Primeira Caminhada com os UPB

Primeiro dia

20-03-08 Primeira caminhada UPB- Trilho Mariola UPB

Clicar na foto para ver o album

Dia 20-03-08, 9h30 já eu estava na Vila do Gerês na varanda do Pimpão com o meu chazinho de cidreira. Ai começava o meu “tête a tête” com a serra pela qual eu me apaixonei já há 2 décadas. Contei lhe os meus segredos mais íntimos e ela fez me voto de silencio eterno. Enquanto saudava o sol, o céu e as montanhas também esperava pelos membros do UPB, era a minha primeira caminhada com eles. Confesso, estava um pouco ansiosa conhecia muito mal alguns membros e os outro só conhecia das fotos. Cerca das 10h30 quando chegaram ,toda essa ansiedade desapareceu, de repente até parecia que já nos conhecíamos desde sempre. Fomos até a Portela de Leonte e ai começou a nossa ascensão ao Prado do Mourô. Durante a subida tive a companhia do Pinto que me acarinhou e apadrinhou muito bem, conversamos o tempo todo. O Louro e a Primavera também se juntavam de vez em quando a conversa. Sensação tão boa poder fazer o que mais gostamos com pessoas que sente tal e qual como nos…
Chegamos ao Prado do Mourô. No meu silencio, junto da Mariola deste Clube tão fascinante, confessei lhe o meu carinho e admiração. Ai tive direito a foto de praxe, e dei mais uma vez o meu contributo para o aumento desta maravilhosa mariola, colocando sempre uma pequenina pedra debaixo de outras enormes… tentando as aconchegar de forma a ser o sustento das outras que por vezes podem cair… e ai eu estarei para estender a mão e evitar o tombo.
Seguimos em direcção a Corga do Mouro chegando ao segundo prado. Prado que já conhecia, já o tinha namorado mas desta vez o gosto foi diferente, eu estava com mais gente, foi mais saboroso. Ai almoçamos, brindamos com Champagne e morangos, e fizemos votos de longividade ao UPB. Descansamos e enquanto o Grande Chefe Medronho e o Pinto subiam aqueles cumes, a Bússola, o Côxo, o Potro, o Verde, o Carvalho e eu fomos um pouco mais alem a procura das belas paisagens. O Louro e a Primavera ficaram a apreciar aquele momento de relaxe nos braços um do outro, acreditem lindo do se ver, cenário abençoado aquele que eu vi junto a pequena cabana.
Sanabria e Pedra Bela também ficaram no relaxe a apreciar o sol a acariciar os seus rostos.
Depois de explorar aquele recanto resolvemos descer, é muito bom sentir as emoções que já tinha vivido na semana anterior mas desta vez só queria que aquela gente sentisse o mesmo e se sentisse tão feliz e em paz quanto eu. Chegando a Portela de Leonte fomos praxados, botas na mão e cantar o hino em homenagem ao UPB, loucos mesmo.
Findo a minha primeira caminhada regressamos a Residencial para um bom banho e nos preparar para o Jantar de Aniversario… Pois é entrada em grande… entro no UPB quando este festeja o seu quarto aniversario…

Jantar e convívio maravilhoso. No fim fomos dançar e cantar no “Twiggy”. Já há muito tempo que não dançava nem me divertia tanto como naquela noite. A Sanabria foi incansável e esteve sempre a meu lado, que bom não me senti só fez me sentir como peixe dentro da água. A Pedra Bela que aliás porta muito bem seu nome, e mesmo muito bela, dançou sem parar e os seus desafios também incentivavam os meus. Adorei a tua jovialidade e simpatia. Mas o tempo passava e tínhamos de descansar no dia seguinte tinhamos de levantar as 8h00 para a Caminhada da primavera, e já eram 3h30.
Chegamos a Residencial cerca das 4h00 e para mal dos meus ou dos seus pecados o Grande chefe lançou um desafio… Não devia… Pois, ele não sabe que adoro desafios.
Mas já estava lançado e as 4h00 da madrugada lá fomos nos o Grande Chefe, Manta, Sanabria, Pedra Bela e eu para um banho de Aguas quentes em Espanha. Bom demais poder mergulhar naquelas aguas e sentir o calor das suas entranhas a aquecer o meu corpo, olhar para a escuridão da noite e ser iluminada pelas estrelas, tendo o olhar sereno da lua a abençoar nos. Loucura? Será? Sabendo que teríamos poucas horas de sono para depois caminhar no dias seguinte!!! Manta, Sanabria e Pedra Bela não iam a caminhada da Primavera mas o Grande Chefe e eu tencionávamos ir!!! Ai lembrei de uma frase de Lao Tzé que dizia “ Nossas loucuras são as nossas mais sensatas e belas emoções, tudo o que fazemos deixamos de lembrança para os que sonham um dia serem como nos, LOUCOS mas FELIZES” Sendo assim a minha decisão foi das mais sensatas.


7h00 Chegamos a residencial tínhamos combinado dormir até as 11h00 e ir ter com o grupo a Rocalva as 13h30. Mas por breves instantes esqueci me que estava na Serra do Gerês e as 8h00 já não dormia mais.

Segundo dia - 14,5 km

21-03-08 UPB Trilho das Rocas

Clicar na foto para ver o album

O dia lindo, o céu azul e o sol a entrar pelo quarto dentro, ouvi o seu chamamento. A serra chamava por mim, não podia deixar de ir ter ao seu encontro, não havia tempo a perder, ouvi o seu apelo, levantei, preparei a mochila em dois tempo e 8h45 já eu estava no Loukuras mais a Sequóia para o Pequeno almoço, fomos as primeiras a chegar.
Com uma hora de sono mas com uma energia que só eu e a Serra sabemos, lá estava eu no Arado com uns 22 membros do UPB.
Seguimos em direcção a Malhadonça, Passamos a Ponte de Serves, subimos até a Carvalhosa e depois os Picos Altos. Aí o grupo dividiu-se em três mas sempre debaixo do olhar atento do Medronho a do Águia-real que nos guiou divinalmente e que é exemplo para todos os pais, é que durante toda a caminhada ele carregou nas suas costas o seu rebento de 10 meses o "Estorninho" .E de louvar . Os três grupos foram em direcção a Rocalva mas eu fui com o "Grande Chefe" Medronho, Pyrenaica, Junias e Mondego em direcção Coução. Chegando a Meda de Rocalva a paisagem é lindíssima, as corgas muito íngremes deixando nos sem fôlego. Do meu lado direito o Alto do Ovo lamentava se, ainda não lhe tinha dado a devida atenção. Esplêndido… Chegando a Rocalva já os dois outros grupos tinham chegado, almoçamos e começamos a nossa descida pela corga do rio Conho, passando para a Corga da Giesteiras, descemos a nossa esquerda em direcção ao Curral dos Portos. Chegamos rápido, rápido ao estradão que nos levava de volta ao Arado.
Durante todas a caminhada reinava a alegria e boa disposição, eu estava em casa no meu meio ambiente, com pessoas maravilhosas…

Não tive muito tempo de namorar a serra que tanto me acarinha e que ouve sem lamurias as minhas lamentações, os meus segredos mais íntimos. Mas tive tempo de a cortejar e fiz lhe juras de voltar com mais tempo e poder namora-la devidamente, ter tempo de poder sentir o sopro de suas gargantas percorrer o meu corpo, poder apreciar e acariciar com um simples olhar cada contorno de suas silhuetas. Poder ouvir suas lamentações e descansar junto das suas corgas. Ouvir suas declarações, feitas pelos sons dos seus ribeiros. Poder avistar os belos horizontes que seus cumes me proporcionam, sentir sua plenitude, entrar em extase e poder declarar livremente sem pudores a paixão que deliciosamente me consome. E finalmente repousar serenamente nos seus prados embalados pela brisa, aquecidos pelo sol como se de um leito conjugal se trata-se.

domingo, 16 de março de 2008

16-03-08 Leonte - Mourô - Corga do Mourô - Leonte

16-03-08 Leonte - Mourô - Corga do Mourô - Leonte

Clicar na foto para ver o album

16-03-08, já há uns meses que vinha a namorar um trilho que não aparece nos mapas recentes mas nos antigos esta muito bem sinalizado. Sem saber muito bem porquê (mas a serra tem esse efeito em mim) sentia uma forte vontade em descobrir esse trilho e eis que após algumas trocas de impressões com alguns membros do UPB resolvi por pernas ao caminho. Para variar Pérola Negra e Coração de Águia resolveram acompanhar me, a ideia de eu ir só ainda os assusta um pouco… A amizade, companheirismo e até a confiança cega que eles tem por mim, será eternamente reconhecida. É que ambos sabiam que eu não conhecia o terreno e mesmo assim não duvidaram uma única vez de que estávamos no caminho certo, confiando sempre no meu sentido de orientação.

Ate ao Prado do Mouro nada de novo o trilho era conhecido, paramos algumas vezes para apreciar a paisagem e atenta como sempre reparei em algo que me fez lembrar uma conversa que tive com um membro do UPB, o “Almocreve”. Pois é Almocreve acho que pela primeiro vez vi vestígio de um lobo, no meio de um trilho os excrementos não davam margens para duvidas a descrição que me tinhas dado corresponde mesmo (ver foto).
Chegando ao Prado, o ritual junto a mariola dos UPB foi feito e a merecida vénia ao “monumento” em homenagem a todos os caminheiros também foi feita. Seguimos a sul seguindo as dicas dadas pelo “Grande chefe” Medronho e lá estava o trilho bem marcado bem definido. A descida da Corga do Mourô junto ao ribeiro com o mesmo nome é esplêndida, as paisagens por vezes de cortar a respiração, as nuvens brincavam no céu, escondendo-se ora atrás de uma montanha ora atrás de outra, deixando antever sombras de uma beleza que só o nosso imaginário consegue ver…
A meio da Corga chegamos a um pequeno Prado com um Carvalho enorme no meio (prado típico do Gerês) e um pequeno abrigo também. Cenário encantador … aí saboreamos um pouco daquela paz, bem-estar, daquele silencio… ouvindo somente o som melodioso de um ribeiro que ali passava. Continuamos a descer e uma sensação estranha mas muito prazerosa me ia invadindo. Os carvalhos secos; erectos, mortos contrastando com o verde de algo que acaba de renascer, fizeram me recordar as palavras de uma grande Senhora que diz:” Sabes um dia vou morrer como toda agente, mas quero morrer como as arvores… de Pé…” Todo o percursos me fazia lembrar mais a um regresso ao inicio, onde tudo começou… sobretudo quando deparamos com um pequeno bosque com cedros enormes de um verde escuro e o musgo que recobria as rochas contrastava lindamente com um verde luxuriante. Aquele cenário fez me voltar alguns anos atrás na minha adolescência entre montes e bosques, noutro pais bem longe daqui. Só faltava mesmo o branco da neve a contrastar com o verde dos cedros, e repousar serenamente no baloiçar dos seus braços…ou ramos.:) Aquele bosque tinha algo de místico, de fantástico, ali senti que reinava harmonia… sensação tão boa. Chegamos a estrada entre a Costa Cantina e o Ribeiro do Mouro, missão cumprida, o percurso correu lindamente…

E eu, namorei cada passo que dei naquela serra, acariciei cada mariola, senti os afloramentos de cada sopro da brisa… e deixei me abraçar e enlaçar por cada nuvem que ali passou…

domingo, 9 de março de 2008

09-03-08 Vistas do Monte Santa Isabel




I have climbed highest mountain
I have run through the fields
Only to be with you
I have run I have crawled
I have scaled these city walls
These city walls
Only to be with you
But I still haven't found what I'm looking for


segunda-feira, 3 de março de 2008

02-03-08 - Leonte - Pé de Medéla - Prados da Messe- Costa Sabrosa - Leonte 22km.

Leonte - Pé de Medela - Prados da Messe - Costa Sabrosa - Leonte

Clicar na foto para ver o album

Dia 2 Março mais uma caminhada, e mais uma vez aquela excitação de como se fosse a primeira caminhada. Não sabia ao certo quantos caminheiros iriam aparecer, foram poucos é verdade, mas do melhor.
O Rui Jorge alias “Olhos de Águia” e a Cris alias “Storm” chegaram a horas, foram os corajosos que se levantaram cedo para uma das mais belas caminhada que fiz até hoje em todos os sentidos. Companhia, boa disposição, tempo maravilhoso, paisagem que as fotos falam por si, e até a educação cultural quanto a formação das rochas tivemos direito. Pérola Negra e a Brisa já nos esperavam um pouco mais adiante.Chegamos a vila do Geres as 9h15 o tempo de tomar um cafezinho e iniciar a caminhada as 9h40.

Iniciamos a nossa caminhada em Leonte e teimosa como sou, queria atingir o Pé de Medéla que já tinha feito uma primeira tentativa mas foi abortada devido ao mau tempo.
Subimos até ao Prado do Mourô e logo ali avistamos um grupo de Domingueiros que acompanhamos até a Freza. Ai, eles seguiram pelo Curral do Camalhao e nos subimos até ao Chã da Fonte. Fomos em direcção a Lomba de Pau e antes de chegar ao Conho, cortamos a nossa esquerda e fomos em direcção a Carris de Macieira. Logo logo chegamos ao Pé de Médela eram 13h30. Almoçamos, conversamos, descansamos, meditamos e até para um pezinho de Salsa tivemos tempo. Bom demais, o tempo lindíssimo permitiu que namorássemos aquelas paisagens, sentimos aquela sensação prazerosa de bem-estar, paz e liberdade. Aquela Plenitude que o Grande Chefe sem Cabelo tão bem relata nos seus poemas.
Depois do dever comprido fomos em direcção ao Prado da Messe, passamos por baixo do alto de Albas, avistamos a nossos pés o Curral de Pedra e deparamos com a beleza inconfundível do Prado da Messe. Mais umas fotos, recarregamos energias, mais um namoro com a natureza e prontinhos para seguir caminho. Subimos Lombo de Burro e fomos em direcção ao Prados Caveiros subindo ate a Costa Sabrosa e até atingirmos o trilho que ali há. A chegar ao cimo da Costa Sabrosa deparamos com um cenário digno de” que Hollywood” ninguém faz um cenário destes, só a mãe natureza mesmo, espectáculo mesmo. Convido-vos a ver as fotos porque elas falam por si. As nuvens prezas entre as montanhas, o por do Sol laranja já a fugir para o roxo, um jogo de cores de ficar horas e horas a contemplar, tanta era a beleza. Mas tivemos de acordar e por pernas ao caminho tínhamos de chegar ainda de dia a estrada da Mata da Albergaria.
E bingo….chegamos a tempo, são e salvos mas a estrada foi toda ela feita com a luz da lanterna, mais uma noite para apreciar, mais estrelas para namorar…

Here i go again on my own,
Going down the only road i 've ever known.
Like a drifter i was born to walk alone,
Cause i know what it means,
To walk along the lonely street of dreams.