quinta-feira, 28 de abril de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

D I V A G A Ç Õ E S: FANTASIA

D I V A G A Ç Õ E S: FANTASIA: "Vi numa serra distante Ninfas na ladeira a passar Chegar lá foi um instante, Senti na quimera extasiar! No sopé da serra o mar, Brilha..."

quinta-feira, 21 de abril de 2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

02-04-11 - Portela do Homem - Costa Sabrosa - Prados da Messe - Prados Caveiros - Ribeiro de Monção - Albergaria - Portela

Dia 02 de Abril, após algumas indecisões sobre o percurso que iríamos fazer, resolvemos ir para os Prados da Messe, ameaçava chover e ali tínhamos uma cabana para nos abrigar.

Iniciamos o nosso percurso na Portela do Homem, entramos na Mata de S. Miguel e logo ali silenciosamente saudei a mata, o chão, as arvores e recordei o dia em que pela primeira vez senti o quanto aquele chão me era sagrado… Conversa dali com os meus colegas conversa dacolá e quando dei por mim já estava a subir a Costa Sabrosa. Os colegas mais velozes foram ganhando grande avanço, eu fui ficando para trás, queria ficar a sós contigo, com a serra de minha paixão/perdição. Queria saber como estavas desde a última vez que pisei aquela costa. Recordei o dia em que cada passo que eu dava naquele trilho, me doía mais a mim do que a ti, recordei o fogo que te queimou ano e meio atrás, e vi o quanto tu lhe resististe. Vi a esperança florescer nesse teu chão sagrado, vi uma árvore agarrar-se a rocha e permanecer de pé como se fosse o último elo de ligação a vida terrena… Vi a beleza de tua alma que só os olhos da alma conseguem ver… Continuei a caminhar umas vezes acompanhada outras vezes só, não havia receio de me perder, eu conhecia bem o trilho e claro amigo não empata amigo. Já bem no cimo da Costa Sabrosa de frente para as Albas, sobre um daqueles penedos fantásticos parei para apreciar a beleza com a qual me deparava. Enquanto meus companheiros continuavam a caminhar eu sentei ali e fiquei a contemplar as Albas e Pé de Medéla, a apreciar o tempo, a decorar as tuas silhuetas para nunca esquecer. Senti teus beijos dados pela brisa, deixei me abraçar pelo vento, senti o toque do ar que te tocava, bem juntinho de minha pele e me fundi em ti… Por breve instantes eu era parte integrante daquela costa tão penosa de ascender mas quando chagamos ao cimo é de uma beleza estonteante… Continuei até que cheguei perto de um colega, quando chegamos aos Prados da Messe já dois colegas tinham ido esticar mais um pouco as pernas, outros preparam a fogueira para aquecer alimentos, enquanto outros se deliciavam a tirar fotografias… Ficamos ali a conviver e a apreciar o melhor que a serra tem. Sorrisos para uns, gargalhadas para outros, sentíamo-nos todos muito bem, felizes pelo simples facto de estarmos juntos, no cantinho mais belo de Portugal, partilhando a mesmo paixão. Esperamos que o nosso colega regressasse, se alimentasse e descansasse também. Mais uma troca de impressões e pusemos pernas ao caminho. No regresso decidimos ir pelos Prados Caveiros, há muitos anos que queria ir aqueles prados. Muitas vezes passei encosta acima olhando para eles… Muitas vezes ouvi seu chamamento e sempre lhe resisti… queria ir aquele prado com alguém ou algo de muito especial. Quis o destino que naquele dia eu fosse com um grupo de amigos muito especiais, pois eles sentem a serra tal e qual como eu a sinto… Na descida para os Prados senti o frenesim da paixão dentro de mim… Sentia como se de algo de muito especial se estava a passar, sentia-me eufórica, sentia o sorriso da plenitude estampado no meu rosto e ali mesmo ao meu lado o Cabeço de Cantarelo, reconheceu-me… Era eu… Senti seu doce olhar, feliz por me ter levado até ele e finalmente me deixar guiar pelo seu chamamento. Sentia me feliz por estar ali com aqueles meus companheiros de montanha… E de facto tinha razões para tal, logo a seguir aos prados do nosso lado direito uma mariola muito tímida chamou a nossa atenção. Decidimos seguir e ver onde ia dar… Meu deus, de repente uma paisagem deslumbrante abriu-se a nossa frente, uma descida directa para a mata da Albergaria toda ela muito bem marcada e claro com o fogo de há cerca ano e meio o trilho estava muito mais visível. Um dos nossos companheiros foi para mim uma revelação a qual não fiquei indiferente. O Zé foi reconstruindo cada mariola que ali se encontrava para melhor orientar quem um dia voltasse a passar ali e mesmo quando já não havia nenhuma ele foi fazendo… Procurou sempre respeitar o trilho que estava ali, é de louvar este comportamento… gostei de ver. Algumas partes do trilho ainda continuavam lajeadas o que me leva a crer que  trata-se do antigo trilho que a vezeira de Vilarinho das Furnas utilizava para ir aos Prados Caveiros. Parei algumas vezes, muitas vezes para registar os momentos, para te acariciar do olhar, para sentir teus beijos de despedida, para ouvir tuas declarações de amor e alguns gemidos, antevendo o sofrimento da saudade antecipadamente sentida. Fui descendo e te apreciando, uma verdadeira delícia a minha frente. Pela primeira vez eu estava a descobrir um trilho na companhia de montanheiros, desta vez eu estava a partilhar uma alegria… desta vez eu não estava só… o prazer foi a dobrar… Mergulhamos outra vez na Mata da Albergaria e antes de chegar a Portela do Homem ainda me despedi com um doce beijo, um aperto no coração e um sorriso nos lábios de quem tem a certeza que no próximo sábado voltarei para seus braços…

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PS: Questiono-me, porque será que o Parque nos veda a tanta beleza, a verdadeiras relíquias como é aquele trilho ainda lajeado… Aquele trilho faz parte de uma historia, uma tradição. Tanto a subida como a descida mete a Costa Sabrosa num bolso, è um percurso deveras deslumbrante…