Só vistas, a aspereza deste ermo e a pobreza do mosteiro desmantelado. Mas canta dia e noite, a correr encostado as fundações do velho cenóbio Beneditino, um ribeiro lustral. E o asceta e o poeta que se degladiam em mim, de há muito peregrinos desta solidão, mais uma vez se conciliam no mesmo impulso purificador, a invejar os monges felizes que aqui humildemente penitenciaram o corpo rebelde e pacificaram a alma atormentada. O corpo a magoar-se contrito no cilício quotidiano da realidade e a alma a ouvir de antemão, enlevada, a música da eternidade.
Miguel Torga - Diário XIV (pag.62)
Miguel Torga - Diário XIV (pag.62)
2 comentários:
Dorita, que inveja me fizeste com as tuas fotos,jovialidade,liberdade, textos, encanto,.... e lírios!
Como eu gostava de te/vos ter acompanhado!
Para a semana vou roubar um dia ao trabalho para me deslumbrar com a beleza do LÍRIO!... antes que ele se vá...
BJ grande.
MTas saudades.
HO!!!!!!!!!Meu Querido GM,
AS vezes perco por não falar, teria sido um privilégio poder caminhar mais uma vez ctg, mas por vezes fico com resseio de incomodar:(...
Prometo que da proxima vez eu falo mesmo que não possas.Provavelmente haveria um dia que poderas...
Pensei muito em ti quando vi os Lirios... Entre a Costa Sabrosas ainda estavam fresquinho, mas os que vi a caminho (ja quase no topo) de S.João da FRaga, ja estavam a murchar...
Beijo GRande Cheio de saudades.
Enviar um comentário