Texto escrito pelo companheiro de autonomia Nuno... TEXTO FANTASTICO..
Recordo este último fim de semana, como se estivesse sentado em cima de uma lage de granito, com rosto virado ao sol e a comer a desejada Maçã d’ Ouro.
Este fim de semana caminhámos na Serra do Gerês até ao mais profundo dos seus vales. Explorámos caminhos carregados de tempo e histórias da montanha, algumas delas já perpetuadas na prosa de escritores apaixonados.
O cenário que nos rodeou já não é surpresa: o cinzento pincelado de verde pálido das encostas, o silêncio imponente que se abatia vindo lá de cima dos cumes e um céu enevoado e baixo que mais parecia nos tocar na cabeça à medida que caminhávamos até lá acima.
Que grande e excepcional grupo se formou no sábado de manhã na pequena aldeia de Fafião e nos levou pelo interior da serra até à cabana onde depois os ficámos a ver regressar, tais portugueses que ficavam à sua “sorte” em terras da taprobana!
E foi a seguir também na companhia fantástica de um grupo do mais diversificado e imprevisível que eu podia imaginar que passámos o resto do fim de semana.
A alegre e deliciosa companhia de duas caminheiras, que de arrojo e sensatez não ficaram nada a dever. Com o oportuno conhecimento da Dorita e a perseverança da Vitoria não havia cumes, nem vales intransponíveis. A conversa brotava naturalmente à medida que as horas passavam, sem se perceber como o tempo não parava.
Isto tudo para trazer connosco dois elementos do CAF Orthez a conhecer este pequeno canteiro no nosso “jardim à beira mar plantado”. O incansável e Greg e o sempre bem disposto e excepcional Yannick, que tive em tempos o prazer de conhecer.
Se deste encontro saiu reforçada uma amizade iniciada no Alpes com vista sobre o mundo, o percurso em autonomia feito na Serra da Gerês serviu também para mostrar que em Portugal, embora a altitude não seja o nosso “ponto alto”, também temos sítios belos e escondidos por detrás de vales “encantados”, com rios cujos nomes se perdem por entre o verde das árvores que os cobrem já nesta época do ano.
Para acompanhar este repasto, o Yannick trouxe consigo eu diria, todo o seu reportório de Luis Mariano, Jacques Brel, Charles Aznavour e até algumas árias de óperas clássicas. Bem, eu já conhecia aqueles dons musicais ensaiados nos longos quilómetros até ao cume da grande montanha conquistada por Aníbal, repassados em momentos de maior esforço físico.
Obrigado aos meus amigos franceses que se dispuseram a fazer estes quilómetros até ao país do sul. Obrigado às minhas amigas que de forma fantástica souberam mostrar as nossas belezas lusas.
... como se estivéssemos agora sentados em frente à paisagem a trincar a maçã de ouro, tal Páris, quando se perdeu de amores pela imagem de Afrodite.
Bem hajam!
Nuno
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