quarta-feira, 25 de junho de 2008

23-06-08 Costa Sabrosa - Messe - Curral de Pedra - Sombrosas - Fichinhas - Mourisca - Conho - Messe - Lombo de Burro - Sabrosa - Portela do Homem

Já há algum tempo que eu vinha namorando, cortejando este trajecto como um fiel amante embevecido contempla a sua amada (ou amado). Como nunca tinha calcorreado uma parte do trajecto e não tendo a certeza do tempo e do que iria encontrar pela frente resolvi começar este trilho um pouco mais cedo do que é habitual. Até porque também gosto de parar para me deleitar com a beleza com a qual nos deparemos a cada cume.
A Pérola Negra como já é habito é uma fiel seguidora dos meus percursos, acho que algures sem se aperceber ela também nutre uma certa paixão e encontra nesta serra a paz e bem-estar que tanto procuramos e esta aqui tão pertinho.

Iniciamos o percurso na Portela do Homem, subimos a tão teimosa Costa Sabrosa que teima em não acabar. Saudamos ao longe o Prado Coveiro e fomos em direcção aos Prados da Messe seguindo as muitos mariolas que cuidadosamente os pastores e montanheiros vão colocando. O prado estava lindo, de um verde vivo que deixava transparecer toda a esperança de vida que o mundo teima em continuar… Magnifico.
Seguimos em direcção ao Curral de Pedra subindo por uma pequena corga, chegando ao topo reconheci logo alguns cumos e para meu espanto também havia um trilho muito bem definido com mariolas. Fomos ao longo da encosta norte do Ribeiro de Porto das Vacas, esplêndido, maravilhoso. Fomos presenteadas com pequenos prados ali semeados como se algo nos dizia “continuem estão no caminho certo”. E não é que estávamos mesmo… quando deparo a minha frente com a famosa “Greta” que Miguel Torga tanto fala… Linda, magnifica, majestosa, imponente mesmo, levando o rumo que sempre quis… A descida não foi fácil mas o prazer sentido superou qualquer dificuldade… Senti-me tão feliz por estar ali…Avistamos lagoas lindíssimas, senti varias vezes o seu apelo, tentei varias vezes resistir ao seu encanto, mas é mais forte… Sentamos comemos algo e descansamos. Mas elas chamavam por mim e por mais que quisesse resistir, não dava… Rendi-me e dei o meu primeiro banho, diverti-me sozinha sob o olhar sábio da Pérola Negra. Ri-me com as minhas próprias figuras, acho que a criança que há em mim soltou-se…. Há!!!! Bom de mais…
Mas o tempo era muito pouco e tínhamos de por pés ao caminho e eu não sabia muito bem quanto mais teríamos de andar… acho que outro tanto.
Saudei as imponentes Sombrosas fiz lhe juras de voltar e de as namorar com mais carinho e mais tempo. As Fichinhas reclamavam afinal elas também queriam a minha atenção, mas logo logo disse-lhes que a minha paixão era enorme e que no meu coração pequenininho, havia igual espaço para elas todas… Ninguém nem nada tira o lugar que é deles por direito…e aqueles montes, picos, prados, Serra já tem o seu lugar marcado há muitos anos.

Subimos até a Mourisca, esplêndido, avistamos o topo da Rocalva a acenar, dando o ar da sua graça, e a Roca Negra também ela timidamente lá espreitava… Saudei-as também, dei-lhes a devida atenção, acho que elas entenderam o carinho que nutre por elas. Continuamos em direcção ao Prado mais encantador do Gerês… O prado do Conho, pequenino mas de uma beleza que só visto. Estava limpo sem vestígios de animais, a erva verde, viçosa, enorme fazia lembrar uma alcatifa de pelo muito fofo… vontade que eu tinha de me deitar e “rebolar” naquele prado. O tempo de registar o momento e partir, um dia volto… de certeza… com mais tempo… descemos em direcção ao Ribeiro de Porto das Vacas, avistamos o curral de Pedra desta vez a nossa direita e voltamos ao meu querido Prado da Messe… Que euforia… chegamos… refrescamo-nos, descansamos mais 10 minutos, comemos algo e retomamos o caminho. Subimos Lombo de burro e pouco antes de avistarmos o Prado Coveiro, fui presenteada com o “bouquet de flores” mais belo que alguém pode receber… Um pequeno espaço cheio de LIRIOS do Gerês, lindos de um roxo magnifico… por momentos dava a sensação de que estavam a sorrir para mim. Eternizei-os com algumas fotos, deixei-os com a esperança de se propagarem e não desaparecerem, acho que eles se aperceberam que amo aquela serra tanto quanto eles, que a respeito e que a admiro, como uma eterna apaixonado contempla o seu amado.

Descemos a teimosa Costa Sabrosa, que continua em teimar em não acabar, e logo logo chegamos ao carro que pacientemente estava a nossa espera na Portela do homem…
Eram 19h30 chegamos são e salvas com o gostinho no quanto da boca de quem passou o dia todo a regalar-se… e com a sensação de bem-estar de quem passou o dia todo em constante êxtase…




2 comentários:

Jorge Nogueira disse...

Olá W Angel,

Belas fotos!
Bom...Deve ter sido uma caminhada daquelas que mostra o que o Gerês tem de melhor!
Aguardo o texto ;)

Continuação de boas caminhadas!
Abraço

White Angel disse...

Hallo Jorge,

Vou tentar dar o meu melhor no texto... mas vai ser muito dificil. E que a beleza daqueles sitios é mesmo grandiosa... Dificil resistir ao seu encanto... da vontade de ficar la e nunca mais regressar...

Beijão e Saudações Montanheiras