De Marialva a Cidadelhe por trilhos seculares...
Cidadelhe, Calcanhar do Mundo
Povoação localizada entre o Côa e a ribeira de Massueime, entre o seu rico património conta-se a arte rupestre, representada nos abrigos pintados da Faia, no Côa, datados de um período que vai do neolítico a Idade do Bronze; O Castelo (ou Castelo dos Mouros), de facto um povoado que remonta a Idade do Bronze, século XIII-X a.C.; O núcleo habitacional medieval, com a Igreja de St. Amaro, casas alpendradas de granito, forno comunitário, memórias da cadeia e do tribunal.
A Idade do Ferro pertencerão, talvez, algumas cerâmicas decoradas com incisões, as cerâmicas com decoração tipo mamilos, o fragmento de largo bordo horizontal, o cossoiro semi-esférico e o cossoiro de cerâmica utilizado na produção de tecidos de lá, alem de alguns moinhos circulares.
É, também, provável que a muralha que envolve o cabeço pela sua parte mais acessível, na vertente ocidental, tenha sido construída nesta época. Na época romana o Castelo dos Mouros seria um castro romanizado administrado por uma pequena cidade da região localizada mais a ocidente, precisamente na actual Marialva, onde viviam os Aravos. Para lá do rio Côa ficava o território dos Cobelcos, cuja capital se encontrava na Torre de Almofala.
Nas proximidades do Castelo de Cidadelhe, mas do outro lado do Côa, conhecem-se alguns sítios arqueológicos pré-históricos e romanos: o sitio pré-histórico do cabeço localizado defronte do Castelo de Cidadelhe e, da época romana, o sitio do Olival de S. Paulo, o dos Telhões e o de Farelos, todos na freguesia da Quinta de Pero Martins.
Um documento datado de 1758 evoca-nos o rio Côa e a paisagem humanizada: Nele se cria peixes, e barbos e nas suas margens desenvolve-se uma pequena industria local associada a moagem de "pam trigo, e santeio". Junto a Ribeira de Massueime ainda se encontram "moinhos de moer". E, nos quintais e campos, os pombais circulares.
Reza a historia que semanalmente os residentes de Cidadelhe faziam cerca de 18 + 18 klm por dia para levarem o porco (ou outro gado) a feira semanal de Marialva; pois bem foi esse mesmo trilho guiado pelo Sr. Almeida, nascido e criado em Cidadelhe, que fizemos no passado dia 04-12-10. No dia 05-12-10 fizemos parte da Grande Rota do Vale do Côa. A particularidade desta actividade organizada pelos Domingueiros, é que conseguiu juntar montanheiros Do Clube Um Pare de Botas, montanheiros da AAEUM, montanheiros dos Domingueiros e residentes do Vale do Côa. Uma actividade espectacular que só vem reforçar uma frase que me foi dita pelo Presidente do Clube Alpino Francês de Hortez, o Sr. Yannick Tonner…
“Na montanha criamos laços de amizade muito fortes, tão fortes quanto as montanhas que conquistamos porque cada amizade é uma conquista” .
6 comentários:
Olá menina
E que tal o Vale do Côa?
tens de ir lá, mas é na primavera
e tu verás como a natureza brota de encanto
A poucas horas do GR...
Beijinhos
Savage,
Espectacular!!!...:) não só pelas paisagens mas pelo convivio com os Montanheiros dos varios clubes e sobre tudo com os residentes que nos fizeram uma Sopa da Pedra de comer e chorar por mais...
Ja estou a agendar uma actividade para fazer o GR em dois dias... Aquela gente, simples é fantastica tambem...
Ai Savage!!!! mas meu coração ficou o tempo todo no Gerês... ja ha muito que não vou lá tenho de ir rapidamente, mas ja não tenho hipotese alguma antes do natal... ja tenho actividades para os fds todos..:)
Um beijinho muito grande e continua a dar o ar da tua graça que é bem apreciado;)
PS: a ver se nos juntamos todos rapidamente... saudades do grupo todo...
Olá White Angel.
Estou a ver que se divertiram no Côa...
Gostei, e não podia estar mais de acordo, com a frase do Sr. Yannick Tonner.
Saudações,
Jorge sousa
Jorge,
é a sabedoria dos Grandes Senhores das montanhas:)
E obrigada pelas botas do Sherpa/Jorge.
Beijinhos
Dorita
Olá White Angel!
Obrigada mais uma vez por partilhares os belos momentos com o pessoal!
Gostei muito da frase do Sr. Yannick Tonner e acho que tem toda a razão, sempre achei que montanha e amizade combinam muito bem.
Sou um pouco como tu...no aspecto de gostar de conhecer outros sítios, outra gente...mas sinto sempre a falta de voltar ao mesmo sítio, a nossa linda Serra. É estranho mas sinto-me como se pertence-se àquele lugar. Será que já lá tive uma outra vida?...
Oh!!! Lirio!!!:)
Ainda questionas??? Eu tenho a certeza:)
So essa certeza justifica ou da sentido a profunda paixão que sinto pelo Gerês, pela certeza do aconchego que la encontro, pela segurança que aquelas rochas me dão e pelo reconhecimento dos lugares como se toda a minha vida eu la tivesse vivido...
Aos anos que la ando e pelas pessoa que conheço e sentem o mesmo... entendo te muito bem!!!;)
Aquela serra é muito especial e não nos deixa indiferentes de todo...
Beijinho,
Enviar um comentário